Você já usou ou conhece alguém que tenha usado aparelhos ortodônticos? Eles são muito comuns no Brasil e percorreram um longo caminho até chegarem aos modelos contemporâneos, que são os menos incômodos.
A revista Superinteressante publicou um texto bacana sobre a evolução dos aparelhos dentários, leia aqui.
Nesse texto, contamos com a colaboração da Dra Francine Pires, dentista do Grupo Mais Sorriso. De acordo com ela, “o uso dos aparelhos é indicado para corrigir a posição dos dentes e dos ossos maxilares que estão posicionados de forma inadequada, o que pode prejudicar a saúde bucal de várias formas”.
Esperamos que você entenda melhor como funciona a ortodontia e suas funções. Boa leitura!
Os profissionais que estudam, previnem e tratam problemas relacionados com o crescimento, desenvolvimento e posição dos arcos dentários são os ortodontistas e ortopedistas faciais. Essas especialidades atuam nos seguintes aspectos: prevenção, baseada na prevenção de imperfeições percebidas em crianças durante o crescimento ósseo e troca dos dentes de leite; interferência, que identifica os problemas e tem como foco a interrupção dos mesmos, para que eles não se estabeleçam por completo. Entre esses problemas estão o posicionamento dos dentes e bases ósseas, problemas de posicionamento lingual ou labial, dores articulares, entre outros. Há também a ortodontia que atua na correção, a mais comum em adolescentes e adultos que já terminaram o processo de crescimento dos arcos dentários. Nos três tipos, é comum o uso de aparelhos móveis ou fixos, e na ortodontia corretiva pode ser necessário também algum outro tipo de procedimento, como a extração de um dente, por exemplo.
Dra Francine explica que “a necessidade dos aparelhos ortodônticos vai muito além da estética, uma vez que os dentes muito desalinhados podem prejudicar a higiene bucal e causar estresse aos músculos de mastigação. Assim, cáries e problemas como dores de cabeça podem ser agravados por essa condição dos dentes. A estética pode não ser o objetivo principal num tratamento ortodôntico, mas é um agravante que precisa ser levado a sério. Muitas pessoas não se sentem confortáveis com os dentes e isso pode gerar insegurança e prejuízos à sociabilidade dos indivíduos”.
Como funciona o tratamento ortodôntico?
O tratamento ortodôntico, como já vimos, consiste em movimentar os dentes, auxiliar nos movimentos musculares e interferir no crescimento dos ossos maxilares quando necessário, a fim de reposicionar dentes e ossos. “Para atingir essa finalidade, são usados aparelhos fixos e móveis. O tipo de aparelho e a duração do tratamento podem variar de acordo com a condição dentária dos pacientes”, acrescenta a profissional.
Os tipos de aparelhos mais comuns são:
Aparelho fixo tradicional: É um tipo de aparelho amplamente utilizado. Ele fica preso aos dentes durante o tratamento e possui os seguintes acessórios:
Bráquete: “essa pecinha é colada com resina na superfície do dente e é uma das mais importantes, porque fixa o fio ortodôntico. Ela funciona como a carenagem de um carro, porque todos os outros acessórios que constituem o aparelho estarão unidos a essa peça de alguma forma. Assim como os carros, os bráquetes podem ter vários modelos: metálicos ou estéticos (transparentes), feitos em cerâmica ou safira”.
Fio ortodôntico: “Os fios são como o “motor do carro” para o aparelho, porque são eles que preenchem o bráquete e o pressionam contra o dente, promovendo a movimentação dentária. Esses fios possuem tecnologias especiais que auxiliam o dente a se movimentar, e vão ficando cada vez mais calibrosos a medida com que o tratamento avança”. Dra Francine destaca que é “importante lembrar que assim como nos carros, o tratamento não pode se iniciar com uma “marcha muito alta”, ou seja, no início o fio é mais fino e não necessariamente é trocado todo mês, por depender da evolução do tratamento para essa alteração”.
Borrachinhas: “Parte essencial do tratamento, as borrachinhas são a “gasolina” do aparelho ortodôntico. Com exceção dos casos em que são usados outros tipos de bráquetes, são as borrachinhas ou ligaduras que exercem a força elástica contra o conjunto bráquete + fio ortodôntico, promovendo o “start” para o dente se movimentar. Assim como nos carros, a “gasolina”, ou seja, a força elástica, se encerra em determinado momento, e aí é preciso trocar as ligaduras. Isso ocorre a cada 30 dias, em média, até o final do tratamento. Por isso, normalmente as visitas ao dentista quando se usa aparelho, acontecem mensalmente. De acordo com o estágio do tratamento é que o ortodontista muda os fios, mas as borrachinhas são trocadas em toda consulta”, explica Dra Francine.
É possível que os aparelhos tenham bráquetes autoligados, nos quais um clip fixa o fio ortodôntico ao bráquete, dispensando o uso das borrachinhas.
Bandas: Esses são os anéis que envolvem os últimos dentes, os molares. Eles prendem a parte final dos fios ortodônticos e são muito resistentes durante a mastigação.
“Vale lembrar que é muito importante cuidar da higiene bucal com atenção especial durante o tratamento ortodôntico. As bandas, por exemplo, tendem a reter mais biofilme (placa bacteriana), o que pode resultar em cálculos dentais (tártaro) de difícil remoção”, ela ressalta.
Elásticos: Os elásticos podem ser um pouco mais incômodos, porque eles limitam a abertura da boca. São indicados para descruzar a mordida e melhorar o encaixe dos dentes.
Aparelho móvel: Os aparelhos móveis são opções de tratamento ortodôntico também, mas mais focados na prevenção de problemas. Eles podem conter ou expandir o maxilar, e são usados principalmente na fase de crescimento da arcada. Dra Francine argumenta que “como eles ajustam o desenvolvimento bucal e ósseo, podem evitar, em alguns casos, a necessidade de extrações, cirurgias e até mesmo o uso do aparelho fixo. Entre as funcionalidades que o aparelho móvel pode ter, estão participações no processo de engolir, mastigar e respirar.”
“Depois de uma avaliação minuciosa, o ortodontista indicará qual o melhor tipo de tratamento. Essa avaliação pressupõe histórico médico e dentário, exame clínico, moldes de gesso e fotografias e radiografias específicas”, acrescenta a dentista.
O tratamento ortodôntico pode ser necessário se você identifica algum desses 6 problemas muito comuns:
Apinhamento: Os dentes começam a disputar espaço quando há uma arcada dentária pequena. Nesse caso, se estabelecem uns sobre os outros.
Sobremordida: “A sobremordida é uma condição normal de todos os pacientes e ela indica que a parte superior dos dentes deve, quando fechamos a boca, ultrapassar a parte inferior, identificando o que chamamos de sistema “tampa e panela” da boca, no qual a “tampa” (parte superior), deve ser maior que a “panela” (parte inferior). Se a parte superior, ao fechar a boca, estiver muito maior que a parte inferior (em alguns casos até tocando a gengiva de baixo), o paciente apresentará uma má oclusão chamada de sobremordida patológica e essa condição necessita de aparelho para que seja corrigida.”
Mordida cruzada: “Ainda seguindo a ideia de “tampa e panela” das arcadas dentárias, se ocorre o contrário da sobremordida patológica já citada, ou seja, quando a parte superior é menor que a inferior, ocorre o que chamamos de mordida cruzada. Ela pode ser anterior (na parte da frente dos dentes) ou posterior (na parte de trás).”
Diastema: Nas palavras de Dra Francine, “o diastema é caracterizado pelos espaços entre os dentes. Esse espaço pode existir por diversos motivos, como dentes menores que o “normal”, falta de algum dente que não foi formado, ou ainda por condições adversas da boca. Um exemplo de diastema muito comum é quando os dois dentes superiores centrais estão afastados, condição que normalmente acontece quando o freio labial superior cresce entre esses dois dentes. Para corrigir o diastema, o uso de aparelho ortodôntico se faz necessário.”
Mordida aberta: “Ocorre quando, ao fechar a boca, o paciente não apresenta o toque de todos os dentes de cima com os de baixo, podendo ser anterior (somente os dentes da frente não se tocam) ou posterior (dentes da frente e alguns dentes de trás não se tocam). Essa condição pode ser causada por maus hábitos de cuidados bucais na infância, como sucção de dedo e/ou uso de chupeta por muito tempo, ou ainda por má posição da língua. O uso de aparelho para correção da mordida aberta é importante, e nesse caso, quanto mais cedo iniciar o tratamento, maior a chance de correção total.”, finaliza Dra Francine Pires.
Desvio de linha mediana: Esse problema é identificado quando os centros das arcadas dentárias não estão alinhados.
O maior acesso aos tratamentos odontológicos é uma conquista muito importante. Cada vez mais, pessoas de todas as idades podem corrigir aspectos sobre saúde bucal e estética, e as idas ao dentista não se restringem apenas aos momentos de dor aguda. Parte desse avanço se deve ao combate à desinformação, e esperamos que esse texto contribua para isso.
Agora que você sabe mais sobre a ortodontia, se liga nessas tendências para os tratamentos.
Agende online sua avaliação aqui na Clínica Mais Sorriso, estamos esperando você 😊